Última alteração: 25-09-2024
Resumo
A Rede Movimenta surgiu diante do estado de calamidade pública enfrentado pelo Rio Grande do Sul, com o objetivo de implementar um projeto de atendimento à comunidade atingida pela enchente (estudantes, servidores, moradores e comerciantes do entorno do Campus, terceirizados e familiares). A ideia foi mobilizar grupos que formassem uma rede de apoio para as vítimas dessa catástrofe, minimizando o impacto negativo gerado. Primeiramente, o projeto se vinculou a uma iniciativa já em andamento no Campus Porto Alegre, voltada ao atendimento emergencial das pessoas atingidas diretamente, através da oferta de roupas, alimentos, colchões, água, produtos de higiene e limpeza. Essa primeira etapa teve duração de dois meses, sendo realizada em uma sede provisória, em função do campus ter sido também atingido pela enchente. Em um segundo momento, foi estabelecido um ponto de entrega já no Instituto, com horários fixos de atendimento e uma rede de voluntários disponíveis durante todo o dia. Foi criada uma planilha para controle de todas as doações entregues. Paralelo a isso e visando atender a comunidade externa, foi elaborado um formulário de levantamento de dados, que foi aplicado em 60 pessoas da comunidade do entorno do campus. Na primeira etapa do atendimento (sede provisória) foram entregues para os alunos atingidos: 210 cestas básicas, 200 fardos de água mineral (com 12 unidades de 500mL cada), 20 colchões de casal e 30 colchões de solteiro, além de roupas de cama e vestimentas em geral. Após o retorno das atividades ao campus POA, no dia 24 de junho, houve a distribuição de 70 cestas básicas, 47 cestas de material de limpeza, 40 kits de produtos de higiene e 65 fardos de água, além de calçados e roupas. Já no mês de agosto, houve uma diminuição na procura, e a partir deste momento se iniciou o levantamento de dados com a comunidade externa. Dentre as 60 pessoas entrevistadas, 76,6% relataram o abalo emocional, evidenciando desde o choque inicial da situação, até complicações como ansiedade, depressão, traumas, períodos constantes de exclusão social, e medo excessivo das incertezas do dia a dia, como a possibilidade de passar por essa situação novamente e a perda de identidade. Além disso, 63,3% dos entrevistados concordam que a enchente recente afetou negativamente sua capacidade de trabalhar e, como consequência, 76,7% tiveram sua renda afetada. As pessoas que foram afetadas indiretamente relataram que apesar de continuar trabalhando, houve impacto negativo significativo na economia, trazendo assim estresse e sobrecarga emocional. Assim, nota-se o interesse de mais da metade dos entrevistados em participar ativamente de encontros no IFRS, Campus Porto Alegre, com o foco sendo a oferta de atividades, como oficinas, palestras sobre saúde mental e autocuidado, além da entrega de material educativo sobre o tema.