O presente estudo aborda a inclusão e a retenção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho no contexto da administração pública, a partir de pesquisa com servidores e servidoras de uma Instituição de Ensino Federal. O objetivo da pesquisa foi compreender de que modo as políticas e práticas de gestão de pessoas impactam o ingresso e a permanência de pessoas com deficiência neste contexto organizacional. Ainda, o tema da inclusão pode ser utilizado para desenvolver diversos estudos na área acadêmica, com olhar para as organizações, visto que ainda é um assunto recente a ser discutido. A fundamentação teórica que embasa a discussão proposta neste trabalho aborda as discussões sobre a Gestão da Diversidade e a Inclusão de Pessoas com Deficiência nas Organizações. A pesquisa, de caráter exploratório, utilizou-se de entrevistas narrativas com nove servidores(as) com deficiência da instituição pesquisada que foram analisadas a partir da análise temática de suas transcrições. Dentre os principais pontos, analisou-se a rotina dos(as) servidores(as) com deficiência, bem como os fatores que influenciam a sua motivação e a permanência na instituição. Também, buscou-se identificar as políticas e práticas institucionais que são adotadas para a garantia da acessibilidade e inclusão. Como principais resultados, destaca-se a inexistência de políticas e práticas institucionais que, efetivamente, sejam percebidas pelos(as) informantes como promotoras de inclusão. Para além das barreiras tangíveis, tais como a falta de intérpretes de libras e de sistemas adaptados, as narrativas destacam as barreiras atitudinais dos(as) demais servidores(as), incluindo gestores(as) da instituição. Por fim, conclui-se que, apesar dos avanços na legislação que garante os direitos das pessoas com deficiência e seu acesso ao mercado de trabalho, a inclusão ainda se constitui como um desafio dentro das organizações.