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Mostras de si: propícios e desafios indiciados nas verbalizações da comunidade LGBTQIA+ do campus Rio Grande do IFRS
Última alteração: 23-09-2024
Resumo
Apesar dos avanços na promoção da igualdade de gênero e das discussões sobre identidade e orientação sexual, continuamos imersos em uma sociedade que favorece e normatiza os padrões cisgêneros e heterossexuais, marginalizando e silenciando as experiências que fogem dessa norma social. Considerando a escola um microcosmo da sociedade, torna-se crucial abordar questões de gênero e sexualidade nos ambientes educacionais. Diante desse cenário, o objetivo central deste estudo é identificar, por meio de posições discursivas, o acolhimento e os desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIA+ no câmpus Rio Grande do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). Nesse contexto, o trabalho visa alcançar objetivos específicos, a saber: (1) analisar os sentimentos predominantes em relação à vivência no campus, expressos em textos verbo-visuais e diversas formas de expressão verbal pelos membros da comunidade LGBTQIA+; (2) elaborar um perfil demográfico dessa comunidade presente no campus Rio Grande; (3) pautar estratégias de mitigação para o enfrentamento dos desafios enfrentados dentro do ambiente acadêmico. Utilizando uma abordagem qualitativa, a pesquisa utiliza-se de três instrumentos de geração e coleta de dados: (i) questionário misto, (ii) roda de conversa e (iii) biograficzines. Os resultados parciais até o momento foram gerados através do questionário misto que teve como objetivo coletar dados fundamentais para a criação de um perfil demográfico da comunidade LGTBQIA+ do câmpus. A maioria dos estudantes que responderam da pesquisa de forma voluntária se enquadram como: maiores de idade (60,42%), mulheres cisgênero (77,08%), pessoas autodeclaradas brancas (76%), bissexuais (55,1%), e estudantes do ano no final do Ensino Médio (38,3%). Além disso, a pesquisa revelou que apenas parte dos estudantes compreende plenamente o conceito de cisheteronormatividade, enquanto a maioria compreende o termo LGBTfobia. Em relação à questões de insegurança, uma parcela significativa relatou ter sofrido violência verbal ou física devido à sua orientação sexual ou identidade de gênero, com incidentes registrados dentro do câmpus. Ademais, os dados analisados indicam que, embora muitos estudantes se sintam seguros em alguns espaços, há variações consideráveis, especialmente em áreas como o centro de convivências e os banheiros, que foram identificadas como problemáticas. Tais achados ressaltam a necessidade de maior conscientização e melhorias nas políticas institucionais para garantir um ambiente educacional verdadeiramente inclusivo. Espera-se, com este estudo, realizar um mapeamento dos sentimentos emergentes sobre o ser e viver pertencendo a comunidade LGBTQIA+ dentro do ambiente acadêmico, identificando acolhimentos e desafios indiciados nas suas verbalizações e pautando estratégias para a mitigação das problemáticas enfrentadas por esses estudantes dentro dos âmbitos do câmpus, impactando a comunidade acadêmica e melhorando a vivência da comunidade LGBTQIA+ dentro do IFRS.
Palavras-chave
IFRS; LGTBQIA+; Identidades.