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Clube de leitura - mulheres: literatura e diversidade em diálogo
Última alteração: 26-09-2024
Resumo
Os livros foram criados para armazenar histórias e/ou conhecimentos de diversas culturas, com o intuito de registrá-las e repassá-las. Com o passar dos anos, além de serem uma fonte de diversidade cultural, tornaram-se um produto na sociedade capitalista, possuindo seu próprio mercado. Porém, assim como em qualquer mercado, potências o dominaram, centrando, de certa forma, um padrão na maioria das narrativas literárias e de autorias, sendo elas majoritariamente masculinas. Procurando quebrar esses paradigmas, criou-se o projeto extensionista “Clube de leitura - mulheres”. Com ele, busca-se oferecer à comunidade interna e externa ao IFRS campus Canoas um local cultural em que todos possam entrar em contato com autoras mulheres de diversas nacionalidades e culturas, também incentivar o hábito da leitura. Além dos objetivos citados anteriormente, o projeto, por meio da sua atividade principal, o clube de leitura, busca estabelecer diálogos entre os participantes a respeito das questões de gêneros e outros tópicos socioculturais, utilizando a literatura como ponte para tal. No formato híbrido e durante o período matutino (horário de almoço), mensalmente, são realizados os encontros do clube de leitura, o qual lê obras de ficção escritas por mulheres. Para a participação dos encontros, os integrantes não precisam de nenhum requisito prévio, exceto a leitura integral do texto. Todos os textos lidos são escolhidos antes do início de atuação do projeto, e a seleção para as obras possuem os seguintes marcadores: diversidade cultural, étnica e histórica. Como exemplo de livros da edição de 2024, podemos citar “Niketche: uma história de poligamia” (Paulina Chiziane, 2001), “O céu para bastardos” (Lilia Guerra, 2023) e “Beco do Rosário” (Ana Luíza Koehler, 2015). Nesses encontros, os participantes debatem sobre a narrativa do mês e são apresentados a uma breve síntese da vida da autora. Além desses fatores, após a realização desses bate-papos, eles participam de algumas dinâmicas de recapitulação de tudo que foi abordado, sendo elas brincadeiras (eletrônicas ou não) ou breves sínteses feitas por eles. Saindo do espectro do encontro, para melhor entendimento e argumentação das obras, há o constante debate sobre artigos envolvendo clubes de leitura, gênero e outras questões socioculturais entre a equipe. Nessa primeira edição como projeto autônomo de extensão, não mais como uma ação do “Núcleo de Línguas e Culturas” (como ocorrera em 2022 e 2023), resultados gratificantes vêm sendo obtidos, como o aumento da visibilidade do projeto por conta do maior engajamento nas redes sociais; trazendo mais participantes para a ação; o reconhecimento pelas próprias autoras lidas e a melhora argumentativa e de oratória dos participantes. Promover atividades culturais que foquem na diversidade como um todo, também dando voz a essas mulheres, foi a forma a qual o projeto encontrou de contribuir gradualmente na formação de cidadania dos envolvidos.
Palavras-chave
literatura; diversidade; mulheres.