Última alteração: 27-10-2019
Resumo
O presente trabalho em andamento, é fruto do desenvolvimento do projeto de ensino “Projeto integrador – Técnico em Meio Ambiente”, que baseado na indiciossiabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão, aborda o tema das inserção das mulheres no âmbito da reforma agrária e da agroecologia. Desenvolve-se no contexto do projeto de Asssentamento (INCRA) Filhos de Sepé, situado no município de Viamão-RS desde 1998 como resultado da desapropriação da Fazenda Santa Fé, juntamente com a criação da área de proteção ambiental do Banhado Grande. Adota abordagem metodológica de cunho qualitativo, com emprego de técnicas de entrevista, análise de conteúdo e observação participante. Mesmo com sua notável importância por ser o maior produtor de arroz orgânico da América Latina e tendo sua área de proteção para a preservação da biodiversidade, não se encontram grandes informações sobre a inserção das mulheres dentro da produção de base agroecológica do Assentamento. Dessa forma, o objetivo é compreender qual a inserção das mulheres na dinâmica da produção de base agroecológica e como é trabalhada a questão de gênero dentro do cotidiano do assentamento. O projeto pretende no decorrer do processo de inserção na realidade social, contribuir dentro do processo de reconfiguração da matriz agroecológica em curso no assentamento. O Movimento dos Sem Terra surge em 1984, inserido na luta pela terra no Brasil, buscando alterar a estruturação fundiária, historicamente estabelecida, o que, consequentemente não atende a função social e Ambiental. Para realização da luta pela terra, empreendida pelo MST existe uma lógica organizacional em que o movimento dentro dos 24 estados do país, compõe setores nacionais, estaduais e de cada assentamento para discussão e encaminhamento prático dos objetivos do movimento. Entre os setores estão o de cultura, massa, produção e o de gênero. Em termos de resultados preliminares, constatou-se que na fase inicial do movimento, a preocupação com as questões das mulheres era quase nula. Progressivamente, na década de 90, observa-se uma evolução, uma vez que foi pensado e concretizado um coletivo nacional de mulheres do movimento, que estabelece debates e resoluções a respeito da invisibilidade da mulher no MST, resultando na elaboração de três principais documentos básicos que orientam o trabalho nos assentamentos. Até o presente momento é possível afirmar que a temática de gênero e a inserção das mulheres na matriz agroecológica do Assentamento Filhos de Sepé é algo muito importante e carente de elementos de natureza teórica e de tecnologia social para que os valores e princípios defndidos pelo movivmento social sejam melhor concretizados no âmbito da realidade concreta de agricultoras e agricultores assentados.