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Ambientes onde se pratica música coletivamente são recorrentes na vida da maioria dos músicos profissionais e amadores. Aulas em grupo, ensaios de conjuntos, bandas, orquestras e coros são exemplos desses espaços, que fazem parte da rotina de qualquer músico. Tendo isso em vista, o projeto tem como objetivo proporcionar aos estudantes o desenvolvimento de habilidades pedagógicas para que, futuramente, eles possam auxiliar na orientação de novos grupos musicais. Inicialmente, os estudantes bolsistas observaram alguns ensaios, de estilos diversos, que acontecem dentro do Projeto Prelúdio, que é um programa de extensão do IFRS e proporciona atividades de formação musical gratuitas à crianças e adolescentes. A observação desses grupos se deu com foco nos diferentes tipos de orientações, a fim de que o estudante desenvolva sensibilidades para entender como orientar e em que momentos intervir nas dinâmicas desses grupos, proporcionando práticas musicais coletivas mais prazerosas e efetivas aos seus participantes. No Prelúdio, os grupos são orientados por diferentes professores, onde alguns estabelecem relações mais afetuosas com os coletivos que orientam e outros com relações um pouco mais distantes. Os grupos também são diferentes, tanto no que diz respeito à personalidade, que se construiu e se transforma coletivamente, quanto em relação às idades, gêneros, formatos, número de participantes. Com isso, os bolsistas puderam estar em contato com diferentes relações e realidades, proporcionando uma riqueza ainda maior de referências. Após esse primeiro momento de observações, os estudantes poderão propor a criação de um novo grupo musical com alunos do Curso Técnico em Instrumento Musical, estejam eles matriculados, trancados, egressos ou evadidos do curso. Os bolsistas terão autonomia para organizar os grupos da maneira que acharem melhor, analisando abordagens, intenções, escolhendo e convidando pessoas para compor esse espaço. Pensando nas demandas existentes no Curso Técnico em Instrumento Musical, uma que salta aos olhos é o desequilíbrio de gênero. Por isso, um dos grupos que irá se formar será composto apenas por estudantes mulheres, buscando dar visibilidade à essa deficiência e proporcionar um lugar de experimentação musical confortável à essas estudantes. A metodologia adotada no projeto baseia-se em Green (2010) e Laes (2015). Green (2010) contribuindo com sua pesquisa sobre as práticas musicais de músicos populares, que aprendem de forma coletiva, autônoma e aural. Laes (2015) participando ao ressaltar que mesmo em práticas ditas “informais”, a presença de um orientador é relevante para possibilitar que as práticas ocorram de forma consistente e positiva.

prática musical coletiva, processos pedagógicos, educação musical