A fim de instituir debates, conversar e análises críticas de temas principalmente ligados à tecnologia, presentes no cotidiano e também do nosso passado, foi criado em 2017 o programa de Extensão “dTEC – Diálogos com Tecnologias”, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - campus Osório. O dTEC surgiu a partir da percepção de que os temas tecnológicos que permeiam nossa sociedade são vistos com neutralidade pelos técnicos e incompreendidos pelos leigos, o que leva a ignorarem as influências das tecnologias em seus diferentes aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos. Para superar essa visão, o programa tem procurado desenvolver ações que instiguem a reflexão sobre temas tecnológicos, tais como filmes documentais ou ficcionais, publicações e interações em redes sociais que abordam assuntos como inteligência artificial, robótica e ética na informática. No entanto, o principal eixo do dTEC tem sido palestras, nas quais especialistas e pessoas de influência na área e na região são convidados pelo programa para falar sobre diferentes temáticas de interesse da comunidade, de modo a ampliar a visão de como a tecnologia se incorpora ao meio social, abrangendo relevantes temas como questões de gênero, por exemplo, espaço da mulher no mundo da informática, a criação de FabLabs, o papel da automação industrial na sociedade de consumo, a aproximação entre games, marketing digital entre outros assuntos que possam proporcionar debates e de algum modo trazer benefícios à comunidade. Ao atender um amplo público da região de Osório, como discentes dos cursos médios e superiores em Informática do campus até participantes externos, o dTEC abre a possibilidade dos participantes conhecerem mais sobre o mundo da tecnologia a partir do desenvolvimento e uso das mesmas. Ao propor-se desvelar a chamada caixa-preta que circundam as tecnologias atuais, o dTEC tem contribuído para aliar uma formação técnica a uma consciência crítica, ética e cidadã entre seus participantes, permitindo que entendam mais seu presente e possam projetar o futuro de uma sociedade tecnológica menos desigual e mais solidária, além de agir aproximando e simplificando temas tecnicistas ao público geral.