Última alteração: 23-10-2019
Resumo
Os microcomputadores surgiram no final dos anos 1970 propondo a liberdade individual a partir da autonomia ofertada aos indivíduos que os utilizassem em seu ambiente doméstico. Porém, para desfrutar amplamente de todas suas potencialidades e funcionalidades, era preciso criar algum nível de conhecimento entre seus usuários, já que um microcomputador acompanhava um interpretador em linguagem BASIC, meio essencial para possibilitar o uso desses micros. Deste modo, a fim de facilitar a interação envolvendo máquina e usuário, surgiram publicações especializadas que buscavam contribuir no entendimento e exploração dos limites técnicos dos microcomputadores, envolvendo os leitores em um campo até então restrito a especialistas da área da Informática. Focada na perspectiva brasileira, nossa pesquisa procura observar como as publicações de microinformática no país traziam matérias e cursos envolvendo a linguagem BASIC para computadores, em suas diferentes formas. Como fontes, foram utilizadas as revistas Micro Sistemas, Micro Hobby e Micro Mundo, tendo em vista sua circulação e popularidade entre a comunidade informática. A pesquisa verificou matérias, propagandas e listagens de códigos em BASIC publicados nesses periódicos, contemplando as diversas propostas e funções, como aplicações comerciais e financeiras, jogos eletrônicos e programas voltados à Educação e à Saúde, além do retorno dos leitores através dos códigos e críticas publicadas. Nossos resultados parciais mostram a existência clara de um aspecto educacional, já que havia um interesse em despertar no usuário uma série de competências a partir do aprendizado da linguagem e construção de programas, tais como raciocínio lógico; por outro lado, a pluralidade de programas demonstram ainda uma certa indefinição sobre o papel que o microcomputador poderia representar, visto tanto como um divertimento aprimorado voltado a jogos, quanto uma ferramenta de serviço para profissionais liberais ou pequenos estabelecimentos comerciais. Por fim, encontramos uma tendência aos jogos e utilitários por parte dos leitores que enviaram seus códigos às revistas.