No atual momento em que vivemos, onde se constatam violências, guerras, corrupções, preconceitos, ódios e intolerâncias, e onde os direitos humanos têm sido vistos de forma negativa, bem como sido violados e ameaçados, torna-se cada vez mais necessário e urgente uma educação para direitos humanos. Uma educação que venha de fato proporcionar transformação nas pessoas, que seja internalizada dentro de cada um e exercida por todos e para todos. Mas como fazer uma Educação para Direitos Humanos? De que forma abordar e ensinar um tema que ao mesmo tempo nos é inerente e que transcende os muros da escola, mas tem sido violado, ameaçado e mal visto? A partir desses questionamentos, pensou-se o seguinte problema de pesquisa: “como os professores das escolas públicas de ensino básico estão trabalhando os direitos humanos?” Visando responder a essa questão, o presente trabalho teve como objetivo investigar, mediante entrevistas gravadas, se os docentes das escolas públicas de ensino básico da cidade de Charqueadas, Rio Grande do Sul (RS), estão tratando sobre os direitos humanos. Bem como descobrir quais seus conhecimentos acerca do tema e de que modo o trabalham (se trabalham) com seus alunos. Analisando as respostas, verificou-se que o tema está sendo contemplado, mas é abordado predominantemente de maneira casuística e fragmentária. A pesquisa procede fazendo um contraste entre as práticas constatadas e a metodologia proposta nas Diretrizes Nacionais de Educação em Direitos Humanos (DNEDH). Conclui em favor da pertinência de uma formação específica, sistemática e fundamentada em direitos humanos, que oportunize a superação e integração das práticas observadas na atuação dos professores.