Portal de Eventos do IFRS, 20ª Mostra de Ensino, Pesquisa e Extensão do Campus Porto Alegre

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A Cidade de Porto Alegre e as Vivências Urbanas de Jovens–estudantes do Colégio de Aplicação da Ufrgs
Gabriela Santos, Júlia Barbosa, Leonardo Oliveira, Victor Oliveira

Última alteração: 27-10-2019

Resumo


O papel demarcador das juventudes é um dado histórico que evidencia as relações socioculturais dentro do espaço urbano, o que, portanto, deve ser entendido dentro de sua complexidade; do contrário, se constrói um entendimento de jovem enquanto categoria em bloco, e não respeitando seus diversos pertencimentos. A presente pesquisa buscou analisar as percepções e experiências urbanas vivenciadas por jovens escolarizados do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A fim de atingir os objetivos propostos, foi utilizada a convergência de quatro principais métodos de coleta e análise de dados: um questionário, a escrita de uma “carta ao visitante”, a realização de grupos focais e observações em campo. Os sujeitos convidados para a primeira etapa da pesquisa foram 210 jovens estudantes do Colégio de Aplicação da UFRGS, todos no ensino médio. Para as cartas ao visitante, uma turma de segundo ano do ensino médio foi convidada a participar. Quanto aos grupos focais, foram realizados 3 grupos, com temas previamente definidos, levantados nas etapas anteriores da investigação. As observações em campo foram realizadas, em dias de semana e finais de semana, em 3 espaços da cidade de Porto Alegre, levantados nas cartas ao visitante. Nos questionários foi possível constatar que a grande maioria dos sujeitos concorda que Porto Alegre é perigosa, mas mesmo assim continuam frequentando os espaços da cidade, ainda que em situações de insegurança. Foi possível constatar, também, que, quando emitiam a primeira palavra que vinha em suas mentes ao visualizar a imagem do Colégio de Aplicação da UFRGS, muitas características positivas surgiram a respeito da instituição. Nas cartas ao visitante, verificou-se que os jovens sujeitos do estudo têm preferência por espaços públicos abertos, tais como praças e ruas, além de indicar diversas dicas ao visitante hipotético, quanto às questões de segurança na cidade. Em relação aos grupos focais foi possível notar a insegurança pela região ao entorno do Colégio. Há consenso sobre a significativa presença dos jovens na Orla do Guaíba. Há consciência da imagem positiva que o Colégio de Aplicação da UFRGS exerce em comparação com outras instituições de caráter privado ou público, reconhecendo nessa um local diferenciado de vivências e aprendizagem. Quanto às observações de campo, realizadas na Casa de Cultura Mario Quintana, na Orla do Guaíba e no Parque Farroupilha, as mesmas mostram que há significativas diferenças nos seus relativos usos e sentidos em relação ao dia da semana. Conclui-se, ainda que preliminarmente, que a relação com os locais da cidade estudados possui diferentes usos e significados. É importante ressaltar que esses espaços podem transcender a sua aparente materialidade, de maneira que alguns jovens da pesquisa têm a casa como local de práticas coletivas através dos ambientes virtuais.


Palavras-chave


Juventudes; Cidade; Porto Alegre; Colégio de Aplicação da UFRGS

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