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Influência da temperatura e do número de horas frio na produtividade do mirtileiro implantado no IFRS - Campus Ibirubá
Karen Nayara Durigon

Última alteração: 26-09-2023

Resumo


O mirtilo (Vaccinium spp.) pertence ao grupo de pequenos frutos, destacando-se pela alta presença de compostos antioxidantes. Trata-se de uma frutífera arbustiva com grande potencial adaptativo na região Sul do país, entretanto carece de conhecimentos a respeito do seu cultivo, tornando-a pouco difundida comercialmente. Devido ao fato de ser originária de clima temperado, seu cultivo no Brasil se dá com a utilização de cultivares menos exigentes em frio, como as do grupo Rabbiteye, já que o mirtilo necessita de um somatório mínimo de horas frio (HF) para sua plena produtividade (soma das temperaturas abaixo ou igual a 7,2 ºC). Consequentemente, necessita de um período de dormência ativado pelo início das horas frio no outono, exigindo uma demanda específica de frio para produzir compostos bioquímicos e sair do repouso hibernal, iniciando um novo ciclo produtivo na primavera, com brotações uniformes e florações iniciando em setembro, resultando em alta produtividade. Quando a quantidade de horas frio requeridas pela planta não é atingida, ocorre desuniformidade das brotações, afetando o tamanho e quantidade de frutos, além de promover a antecipação da floração com a amenização das temperaturas, fato observado no ano de 2023 para a maioria das frutíferas de clima temperado. Diante disso, objetiva-se analisar a influência da temperatura e o número de horas frio na produtividade do mirtilo em um pomar implantado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), Campus Ibirubá, com os cultivares Bluegem e Clímax, ambos requerentes em cerca de 400 horas frio. A quantidade de horas frio foram calculadas através de dados de temperatura obtidas pela estação meteorológica automática do INMET, instalada a cerca de 50 metros de distância do pomar. Desse modo, é possível relacionar a quantidade de horas frio obtidas entre maio e setembro de 2022, de 333 horas com as de maio a agosto de 2023, de 145 horas. Os parâmetros analisados para o ano de 2022 foram submetidos ao teste Scott-Knott, a 5% de probabilidade de erro pelo software Sisvar, e encontrou-se melhores resultados apenas nos quesitos diâmetro e peso de frutos para o cultivar Bluegem, com médias de 11,41 milímetros e 0,84 gramas, respectivamente. Já os dados de produtividades referentes ao ano de 2023 serão obtidos no momento da colheita. Entretanto, já se espera diminuição da produtividade devido à desuniformidade das plantas em função da floração antecipada iniciada em maio, resultante da carência de horas frio exigidas pela cultura.



Palavras-chave


Clima. Fruticultura. Ambiente.