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Intolerância dois-ponto-zero: a estigmatização e violência contra a Umbanda e o Candomblé enquanto manifestação e sintoma da nova polarização política brasileira
##manager.scheduler.building##: Campus Alvorada
##manager.scheduler.room##: Sala 108
Data: 17-10-2018 01:30 – 03:00
Última alteração: 10-10-2018
Resumo
No Brasil o fenômeno da intolerância religiosa, que diminuía na segunda metade do século XX, vem passando por um repentino crescimento na última década, sendo que em 2015 houve 252 casos de casos violentos de intolerância religiosa no Brasil, 69% a mais que em 2014 (AMORIM, 2016). O foco desta nova intolerância são religiões de matriz africana, sendo que entre os 1.014 casos de ofensas, abusos e atos violentos ocorridos de 2012 a 2015 no estado de RJ, 70% foram dirigidos a essas religiões (PUFF, 2016). O fenômeno contraria o mito da “democracia racial” ou do "paraíso racial" brasileiros, onde todas as raças podiam viver bem (SKIDMORE, 1976; WINANT, 1994; WAGLEY, 1952). O presente trabalho busca apresentar, dentro da proposta da chamada Intolerância 2.0 proposta por Zaak Saraiva (2018) alguns parâmetros de análise sobre a relação de antagonismo entre a religiosidade neopentecostal instalada no Brasil a partir dos anos 1970, e as religiões de matriz africana historicamente construídas na formação do Brasil, sob a percepção destas práticas afro-brasileiras como fator de empoderamento das populações negras e como ato clandestino de reafirmação cultural das culturas africanas trazidas pelos escravizados e mantidas pelos seus descendentes durante longo período da colonização brasileira, e sob a percepção do crescimento neopentecostal como movimento político-religioso de talhe conservador de direita, cujo resultado mais evidente foi a ascensão da ‘Bancada Evangélica’ ao poder pela 1ª vez em 2015, a partir da eleição de Eduardo Cunha à presidência da Câmara dos Deputados e do impeachment de Dilma Rousseff
Palavras-chave
Umbanda; Candomblé; Intolerância Religiosa