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Relações entre vivências acadêmicas e saúde mental no contexto do IFRS – Campus Erechim
Isabelle Storti, Claudia Turik De Oliveira, Fernanda Zatti

Última alteração: 10-10-2024

Resumo


A prevalência de transtornos mentais entre estudantes de cursos superiores tem sido destacada em diversos estudos, especialmente considerando os desafios do período de formação acadêmica e os impactos decorrentes da pandemia de Covid-19. Esta pesquisa teve como objetivo investigar as relações entre as vivências acadêmicas e a saúde mental dos estudantes de cursos superiores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Erechim. Especificamente, o estudo buscou: i) descrever características sociodemográficas, acadêmicas e de saúde dos participantes; ii) caracterizar as vivências acadêmicas nas dimensões pessoal, interpessoal, carreira, estudo e institucional; iii) identificar a prevalência de sintomas de ansiedade, estresse e depressão; iv) relacionar a presença de sintomas indicativos de ansiedade, estresse e depressão com a qualidade das vivências acadêmicas dos participantes; v) conhecer as percepções dos estudantes sobre as relações entre o contexto acadêmico e a saúde mental. Participaram da pesquisa 164 estudantes de cursos superiores, que responderam a três instrumentos: um questionário sociodemográfico, acadêmico e de saúde, o Questionário de Vivências Acadêmicas – Versão Reduzida (QVA-r) e a Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21). A análise dos dados quantitativos foi realizada por meio de estatísticas descritivas e inferenciais, e as informações qualitativas foram analisados com base na Análise de Conteúdo. Os resultados mostraram que 68,3% dos participantes percebem dificuldades emocionais, e 27,4% possuem diagnóstico realizado por profissional de saúde mental. Além disso, 38,4% dos estudantes mencionaram dificuldades no contexto acadêmico que afetaram seu bem-estar físico ou emocional. Com exceção da dimensão pessoal, os escores das facetas do QVA-r ficaram acima da média. Conforme a avaliação do instrumento DASS-21, 39% dos participantes apresentaram sinais indicativos de depressão, 37,2% de ansiedade e 57,3% de estresse. Foram observadas correlações negativas entre as vivências acadêmicas e os indicadores de saúde mental, com magnitudes variando de fracas a fortes. As dificuldades relacionadas ao contexto acadêmico percebidas pelos estudantes incluem questões emocionais, relações interpessoais, dificuldades de aprendizagem, metodologias de ensino e a conciliação entre estudo e trabalho. Conclui-se que a implementação de ações preventivas e de promoção da saúde mental é essencial para melhorar as condições de permanência e o êxito acadêmico dos estudantes.

Palavras-chave


Saúde mental; Vivências acadêmicas; Ensino superior; Estudantes.

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