A intertextualidade é, em sua essência, a manifestação da influência mútua e da relação interdependente entre distintos elementos. Tradicionalmente, essa concepção remete, em primeiro lugar, ao âmbito textual. No entanto, no presente estudo, almeja-se explorar a intertextualidade presente na obra "O Balanço" de Fragonard, estabelecendo conexões com a produção artística de um ilustrador e escritor de um manhwa (termo coreano para designar histórias em quadrinhos. Fora da Coreia, o termo se refere especificamente a histórias em quadrinhos da Coreia do Sul). Esse manhwa em particular foi incorporado no 6° Festival de Webtoon de Busan, realizado em Busan, na Coreia do Sul em 2022. O presente resumo resulta de uma inquietação surgida no componente curricular História da Arte e do Design, do Curso de Design Gráfico Integrado ao Ensino Médio. Durante o estudo do Rococó, os estudantes associaram esse conteúdo às suas leituras de manhwa. "O Balanço" é uma obra criada em 1767 pelo artista francês Jean-Honoré Fragonard, representando um dos destaques do movimento Rococó, que esteve em seu auge no século XVIII. Trata-se de uma pintura a óleo sobre tela (64,2 x 81 cm). Por outro lado, "The Strongest Characters in the World Are Obsessed With Me" é um manhwa de grande popularidade na comunidade de mangá (termo dado às histórias em quadrinhos de origem japonesa) e manhwa. O 6° Festival de Webtoon de Busan apresentou os últimos lançamentos, novos trabalhos e trabalhos premiados no mundo dos webtoons (termo usado para descrever webcomics ou manhwas sul-coreanos que são publicados online). No âmbito deste festival, o ilustrador do manhwa mencionado optou por criar uma arte que faz referência à obra de arte "O Balanço." A intertextualidade estabelecida entre "O Balanço" de Fragonard e o manhua que incorporou essa criação artística em seu quadro é um exemplo vívido da riqueza da conexão entre diferentes formas de expressão artística. Ao unir o estilo e os elementos de uma pintura icônica do século XVIII com a narrativa visual e a estética própria do manhua, a intertextualidade transcende as fronteiras do tempo e da cultura. Essa relação intertextual demonstra como as influências artísticas podem se entrelaçar e evoluir ao longo do tempo, convidando-nos a refletir sobre como a arte é um diálogo contínuo, no qual cada obra é influenciada por suas predecessoras e, por sua vez, influencia as criações futuras.