A virada do século XIX para o XX no Brasil foi marcada pela ascensão de um movimento republicano pautado pelos ideais positivistas e cientificistas.  Referências como Auguste Comte, Herbert Spencer e Émile Littré, compõe um repertório de intelectuais e de ideias frequentemente utilizados para formular o discurso em defesa do progresso e da razão. A revista A America, publicada no Rio de Janeiro entre o fim de 1879 e o começo de 1880, era um dos veículos da imprensa que dava voz a estes ideais. Em um cenário de nascimento da esfera pública, o editor Filinto D’Almeida organizava cada número com uma seleção de textos que se postavam a favor da implementação de um governo republicano federativo, o fim da escravidão, e maior liberdade econômica e religiosa. A finalidade dessas mudanças era colocar o Brasil na marcha do progresso universal. Um dos meios propostos para atingir tal avanço concentrava-se na ampliação do acesso à educação. Dito isso, o objetivo desse trabalho é analisar as noções de educação e progresso, de modo articulado, contidas na revista A América. Para isso, as nove edições do periódico, disponíveis na Biblioteca Nacional Digital, foram cotejadas a partir da produção historiográfica que trata sobre o período. Para aproximar-se do resultado, foi preciso trabalhar com os parâmetros da História Intelectual, da História dos Conceitos e da História da Imprensa. Através desta pesquisa, verificou-se que a educação seria o meio através do qual a população se emanciparia e estaria apta a fazer uso de sua liberdade para impulsionar o país no campo do progresso. O ensino deveria ser obrigatório para ambos os sexos, inclusive para os filhos de ventre escravo considerados libertos pela Lei do Ventre Livre. A educação econômica é tratada como fundamental para que os trabalhadores pudessem administrar seus recursos, criar uma popança que garantisse seu futuro, sem se tornar um peso para o Estado. Além disso, munidos dessa compreensão, visualizariam os absurdos cobrados em impostos pelo governo imperial, e compreenderiam que apenas a República era a solução possível para todos os problemas e atrasos que o país enfrentava. Como resultado parcial, pode-se identificar que a educação era tratada como meio pelo qual partia a estruturação do Brasil e do povo para receber a República, para alcançar o progresso. Assim, este trabalho é mais uma contribuição historiográfica para as investigações acerca da organização do movimento que levou a proclamação da República em 1889.